Formas livres e utopia anticolonial: a Universidade de Constantine de Oscar Niemeyer

Autores

  • Fernanda Teixeira Escola da Cidade

Palavras-chave:

Oscar Niemeyer; Argélia; Universidade de Constantine

Resumo

O presente artigo busca investigar a presença dos intelectuais e técnicos brasileiros envolvidos no projeto de Oscar Niemeyer para a Universidade de Constantine na Argélia, que se localiza ao leste da capital, próxima à fronteira com a Tunísia, concluída em 1969. Foram realizadas entrevistas com alguns desses agentes em busca de resgatar a memória, principalmente a partir da oralidade, e recolher registros e documentos de modo a ampliar o entendimento crítico dessa obra, cujo estudo e? restrito se comparado com os edifícios feitos por ele na Europa, que são muito mais conhecidos e celebrados. A Argélia acabava de sair de uma guerra pela conquista da independência, o que levava o novo governo a se afastar da influência cultural francesa, resultando, entre outras ações, no convite a Niemeyer para desenvolver uma série de projetos, sendo a Universidade de Constantine aquele de maior importância. O arquiteto, que vivia na França devido ao golpe militar no Brasil, viu nesse convite um meio de mobilizar intelectuais da Universidade de Brasília (UnB) exilados, indicando-os para formular o programa de ensino da nova universidade. Além disso, convocou engenheiros para conduzir o canteiro de obras, introduzindo na Argélia novas técnicas do concreto armado já desenvolvidas no Brasil.

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Publicado

08-05-2024