Morar no patrimônio como direito à cidade e à memória

Autores

  • Beatrice Perracini Padovan ESCOLA DA CIDADE

Palavras-chave:

patrimônio cultural, habitação social, gestão participativa

Resumo

Este artigo é resultado de uma pesquisa de iniciação científica que teve como objeto o estudo de caso do Plano Piloto de Olinda, experiência pioneira e experimental do Programa de Revitalização dos Núcleos Históricos (PRNH), articulação federal entre a Secretaria de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) e o Banco Nacional de Habitação (BNH). Este programa, implantado na cidade de Olinda (PE) entre 1984 e 1989, é relevante para esta pesquisa por ter como premissa a consolidação da população residente no núcleo histórico através de uma gestão participativa e integrada. Pouco difundida na história das políticas de patrimônio e habitação social no Brasil, a experiência de Olinda emplacou uma outra forma de atuação, a partir da melhoria das condições de qualidade de vida nas cidades tombadas. Procurou garantir, através de um programa de política habitacional, a assistência, transformação e qualificação de assentamentos para uma população de baixa renda. Esta visão de gestão do patrimônio cultural propõe uma ação holística que tem como base a garantia de lugares de pertencimento simbólico e de vivência cotidiana nas cidades de interesse patrimonial, atuando concretamente no território e no patrimônio edificado através de ferramentas de planejamento urbano.

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Publicado

30-10-2019