Motéis/Hotéis: entre familiaridades e estranhamentos
Resumo
O estímulo visual que disparou a pesquisa foi a insinuante ambiguidade das letras m/h. Menos glamorosos que os de beira de estrada, os motéis-hotéis são um convite econômico para uma experiência de realização sexual. Para dar conta de sua complexidade tanto material como intangível, o trabalho se constrói como uma ficção. Assim, a narradora inventou nos motéis-hotéis um potencial de revelar outras partes componentes dela própria, como se estes lugares, por também serem ambíguos e incógnitos, permitissem este encontro. Num processo simultâneo de libertação e frustração, as múltiplas narradoras se agenciam.
Referências
CAVALCANTI, Lauro; GUIMARAENS, Dinah. Arquitetura dos Motéis Cariocas: espaço e organização social. Rio de Janeiro: Espaço, 1982.
COLOMINA, Beatriz. The Split Wall. In: COLOMINA, Beatriz. Sexuality and Space. Nova Iorque: Princeton Architectural Press, 1992.
FREUD, Sigmund. O Estranho. In: FREUD, Sigmund. Obras Completas de Freud, vol XII. São Paulo: Imago Editora, 2006.
KFKA, Franz. A Metamorfose. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
LISPECTOR, Clarice. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2009.
MULVEY, Laura. Topographies of Mask and Curiosity. In: COLOMINA, Beatriz. Sexuality and Space. Nova Iorque: Princeton Architectural Press, 1992.
PRECIADO, Beatriz. Pornotopía: Arquitectura y Sexualidad en “Playboy” durante la guerra fría. Barcelona: Editorial Anagrama, 2010.
SONTAG, Susan. On Photography. Nova Iorque: Penguin Classics, 2002.
STEVENSON, Robert Louis. O médico e Monstro. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1995.
VIDLER, Anthony. The Architectural Uncanny. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 1992.