As desigualdades de gênero e as políticas do urbano: urbanismo feminista como resposta
Palavras-chave:
gênero, urbanismo feminista, desigualdade urbanaResumo
O presente artigo trata de um recorte de pesquisa, cujo objetivo foi a sistematização de um método que visa novas práticas urbanísticas na construção das cidades, conceituado como urbanismo feminista. Esse urbanismo conta com uma transformação nos valores hegemônicos, tendo o gênero como uma das lentes principais de análise e atuação no território. Por meio de entrevistas com lideranças do movimento de luta por moradia e de uma bibliografia nacional e internacional, foi possível elucidar uma hipótese metodológica sobre como assegurar os direitos de mulheres em situação de vulnerabilidade e construir cidades mais democráticas e acessíveis. As experiências aqui consideradas foram sistematizadas em quatro eixos de análise que se complementam e interseccionam: o trabalho reprodutivo, a diversidade dos corpos, as políticas integradas e a participação popular. A partir desse conjunto, pretende-se reformular o que se entende pela prática profissional do urbanista e propor um diálogo, por meio da interdisciplinaridade, entre uma diversidade de sujeitos que ocupam e transformam o território.
Referências
BERTH, Joice. Se a cidade fosse nossa: racismos, falocentrismos e opressões na cidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2023.
JUNQUEIRA, V. Carvalho. Trabalho produtivo e reprodutivo: apontamentos feministas acerca do trabalho em O Capital (Livro I). Revista Discente Ofícios de Clio, v.7, n.13, p.99-116, 9 mar. 2023.
CIOCOLETTO, Adriana. Assim surgirá a cidade do cuidado: urbanismo feminista e o papel central da vida. [Entrevista cedida a] María Fernanda Arias Godoy. Dois Pontos, 19 maio 2020. Disponível em: https://outraspalavras.net/doispontos/assim-surgira-a-cidade-do-cuidado/.
COL·LECTIU PUNT 6. Urbanismo feminista: por una transformacio?n radical de los espacios de vida. Barcelona: Virus, 2019.
FALÚ, Ana. Restricciones ciudadanas: las violencias de género en el espacio público. Pensamiento iberoamericano, n.9, p.127-146, 2011.
FELDMAN, Sarah. Um ciclo de institucionalização do urbanismo no Brasil. In: FELDMAN, Sarah (org.). Instituições de Urbanismo no Brasil (1930-1979). São Paulo: Annablume Editora, 2021. p.11-76.
FORNECK, M. L.; ZUCCOLOTTO, S. Mobilidade das mulheres na Região Metropolitana de São Paulo. Revista dos Transportes Públicos, Brasília, n.73, p.95-103, 1996.
JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. 3. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2011.
ROLNIK, Raquel. Guerra dos lugares: a colonização da terra e da moradia na era das finanças. São Paulo: Boitempo, 2015.
SANTORO, Paula. Gênero e planejamento territorial: uma aproximação. In: ANAIS DO XVI ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS. Minas Gerais, 2008.
OXFAM. Tempo de cuidar: o trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade. Documento informativo da OXFAM, jan. 2020. Disponível em: https://www.oxfam.org.br/forum-economico-de-davos/tempo-de-cuidar/.
VICENTE, Victoria Fernandes. Cidades feministas e desafios urbanísticos: o caso do Jardim Celeste. 2023. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2023.
SANTOS, Fátima. [Entrevista cedida a] Luciana Orellano Fernandes. São Paulo, 10 nov. 2023. [Gravação em áudio e transcrição digital].
DIAS, Cleonice. [Entrevista cedida a] Luciana Orellano Fernandes. São Paulo, 23 out. 2023. [Gravação em áudio e transcrição digital].
XAVIER, Graça. [Entrevista cedida a] Luciana Orellano Fernandes. São Paulo, 04 out. 2023. [Gravação em áudio e transcrição digital].
SALES, Cristiane. [Entrevista cedida a] Luciana Orellano Fernandes. São Paulo, 13 nov. 2023. [Gravação em áudio e transcrição digital].