Diário, uma Ilha de Memória
Resumo
A memória (e o exercício de rememorar) é um recurso impreciso, um desvio pessoal marcado pela interpretação, que está sob influência do arcabouço de experiências de cada sujeito e, por isso, em constante construção e rearranjo. Este ensaio explora o tema da não estaticidade da memória individual em relação a uma experiência vivida e construída. Busca-se compreender os debates que o envolvem, tanto na teoria quanto nas expressões artístico-literárias, assim como se utilizar das próprias lembranças — de duas viagens em específico — para explorar como a construção inventiva da memória pode traduzir ambiências. Intenta-se uma revisita à Chiloé, no sul do Chile, e Marajó, ao norte do Pará, de modo a destacar fluxos fictícios da memória que podem unir dois territórios insulares, fendidos por água e isolados pelo continente sul-americano.Referências
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