Ensaios para uma cidade aberta

Autores

  • Júlia Thomé de Oliveira UFSC

Resumo

Diante das mudanças advindas da contemporaneidade, cabe aos arquitetos e urbanistas revisitar seus papéis. Na contramão de um planejamento que visa cada vez mais cidades massificadas e indiferenciáveis, é primordial que se estabeleçam práticas de resistência a fim de retomar a cidade para o pedestre. Para serem efetivas, tais práticas devem propor vínculos entre as pessoas que experienciam cotidianamente a cidade e o espaço urbano, e afastar-se de definições técnicas que pressupõem a participação popular de maneira fragmentada. Ao invés de fomentar a paranoia coletiva rumo a muralhas intransponíveis em busca de segurança excessiva, a cidade deve acompanhar a tecnologia na direção da abertura, do open-source, da colaboração e construção coletiva. A rua, além de sua função prática de conexão, deve potencializar vivências: espaço do acaso, reflexão, e, principalmente, apropriação.

Referências

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Publicado

04-11-2020