A arquitetura de resistência de Peter Zumthor: fenomenologia, lugar e experiência

Resumo

A pesquisa na qual este artigo se fundamenta teve por objetivo investigar a relação da produção arquitetônica contemporânea e suas possibilidades de constituição simbólica, histórica e cultural. A partir do estudo de caso de obras do arquiteto suíço Peter Zumthor, buscouse identificar estratégias utilizadas em seus projetos bem como seus efeitos,
identificando em sua prática uma abordagem muito particular. A análise teve por base dois recortes principais: o lugar como contexto histórico e sociocultural; e a experiência a partir
da fenomenologia e sua expressão na arquitetura. Foram analisadas seis obras, utilizando bibliografia teórica, iconográfica e material de elaboração própria. A materialidade ocupa um papel central nas obras de Zumthor, que promovem experiências corporificadas aos visitantes. O papel do corpo nos espaços e a percepção sensorial são mobilizados de maneira poética e sensível. Sua abordagem tem por ponto de partida a tradição construtiva
local, elaborando dialeticamente dicotomias entre rural e urbano, local e global, autonomia e contextualismo, tradição e contemporaneidade. Suas obras conformam um processo de resistência a soluções universais genéricas e procuram resgatar a centralidade da experiência e da tectônica.