Memórias de dor na paisagem urbana de Buenos Aires: o caso do Parque de la Memoria
Palavras-chave:
arquitetura, memória, traumaResumo
A partir das memórias relacionadas à violência de Estado argentina referentes à última e mais violenta ditadura militar vivida pelo país (1976–1983), este artigo analisa as relações dinâmicas e muitas vezes confituosas que história e memória estabe lecem com o espaço urbano. Em um contexto de consolidação de uma cultura de memória em escala global, o fm da ditadura na Argentina representou a reinvindicação de lugares de memória coletiva relacionados às violências de Estado enquanto provas jurídicas, espaços de signifcados políticos e simbólicos. Nesse contexto, insere-se a construção do caso aqui analisado: o Parque de la Memória - Monumento a las Victímas del Terrorismo de Estado, maior obra pública dedicada aos 30.000 mortos e desaparecidos. Através da análise espacial do lugar, que levanta questões amplas acerca da arquitetura enquanto meio de espacialização do trauma, procuro refetir sobre algumas das possibilidades éticas, estéticas, simbólicas e de representação das memórias de dor na contemporaneidade.
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