Vida útil? Temporalidade e espacialidade contemporâneas na arquitetura
Resumo
No presente “contemporaneizado” de dissentimentos e sobreposições constantes de valores, a obsolescência é característica assídua. Ao mesmo tempo, a concepção clássica do termo Arquitetura, tradição dominante no Ocidente desde o Renascimento, implicaria estabilidade e solidez. Evidentemente, há uma tensão entre essas duas práticas. Ou, ao menos, entre o pacote da concepção do projeto arquitetônico, estático e totalizante — estrutura, planta, corte, fachada — e o efervescente presente. Mas, em um momento em que as relações são predominantemente transitórias, como conceber os atuais “limites” da arquitetura?
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