Imágenes del sertão de la América Portuguesa
Palabras clave:
América Portuguesa, sertão, cartografíaResumen
Mientras la costa de la América portuguesa era mapeada, nombrada y dominada por la corona portuguesa de forma rápida en el siglo XVI, las zonas del interior, convencionalmente llamadas de sertão por los europeos, seguían inexploradas y desconocidas al menos hasta el final del siglo XVII, época del descubrimiento de oro en Minas Gerais. De límites imprecisos, distante del litoral Atlántico y contrario a los rayos de la administración colonial, el sertão propició tanto la proyección de fantasías y de mitos europeos provenientes de la Antigüedad y de la Edad Media como lecturas inusitadas de prácticas amerindias. Además de tierras que ocultaban riquezas y tesoros, el sertão dibujado por los europeos abrigó formas fantásticas de humanidad que, nacidas en el mundo griego, se difundieron en Europa y emigraron al continente americano. El Nuevo Mundo, por lo tanto, fue poblado por gigantes, caníbales, blemios, antípodas, cíclopes, amazonas, hombres y mujeres calvos y barbudos, entre otros seres exóticos. Tales representaciones, recurrentes en la cartografía del siglo XVI, servían como prueba a la conquista y a la expropiación de las tierras indígenas.
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