A forma da luz

Resumo

Este ensaio se estrutura em torno de um princípio regulador: a luz. É um estudo experimental sobre como ela constrói o espaço, influencia nossas percepções e molda nossas sensações de maneira poética e inspiradora. A luz que escreve e desenha as paisagens no papel. Um instante que pede por contemplação e que nos traz reflexões. O ensaio surgiu da necessidade de compreender a relação entre luz, sombra e espaço. O trabalho transita nos limites entre a arte e a arquitetura, permitindo, assim, trabalhar o espaço de outra forma. O entardecer no estúdio traz uma luz suave e penetrante que, pelas janelas, se dissipa no ambiente formando as sombras. E é a partir desse contraste entre a luz e a sombra que o discurso se constrói. As formas são traduzidas por linhas de luz e sombra, formando composições geométricas do espaço. Os tecidos em camadas e a luz que incide da janela possibilitam uma desconstrução visual do espaço, projetando suas formas e sombras como um cinema. À medida que o sol se move, as formas vão mudando e formando novas percepções e composições, possibilitando uma (de)composição do espaço em camadas. As linhas verticais e horizontais que se projetam no tecido são as sombras dos brises da fachada, assim refletindo a própria estrutura do lugar que compõe as formas da luz.