Em paralelo: ocupação do espaço aéreo como uma hipótese de construção metropolitana

Resumo

A metrópole paulistana se formou ao longo do século XX em uma expansão territorial infindável, inflando-se horizontalmente conforme o número de habitantes crescia exponencialmente. Com a necessidade de adensar a cidade e aproximar pessoas das infraestruturas e equipamentos urbanos, seu tecido urbano passou por transformações, criando distintas paisagens nem sempre em harmonia com suas pré-existências e seus antigos cenários. Nesse ensaio, é entendida tal situação como um paradoxo contemporâneo no qual, por um lado, aqueles responsáveis por conceber a urbe necessitam construir seus edifícios devido à existência de uma demanda real de adensamento; mas, por outro lado, precisam preservar seus tecidos, suas malhas, suas tipologias e até suas construções comuns, pois esses são elementos que carregam consigo valor e memória, caracterizando o sítio e definindo seu estado no acervo imagético popular. Através dessa perspectiva, é especulada uma condição espacial fora do comum. Um possível meio de enfrentar esse dilema poderia ser conceitualmente desenvolvido através da sobreposição de necessidades – adensar/preservar – e, fisicamente, através da ocupação do espaço aéreo sobre esses tecidos urbanos consolidados: um possível contexto que será elucidado gradativamente através de um conto. Este ensaio é uma ode à metrópole.