Três banheiros, três danças

Autores

  • Manuella Ferreira Leboreiro ESCOLA DA CIDADE

Resumo

O corpo ocupa espaços de diferentes formas. A partir de suas movimentações diárias, pode se tornar importante instrumento de percepção espacial. Isso possibilita reflexões que propõem outras formas de fazer projeto arquitetônico por meio do diálogo com as demais linguagens, como, por exemplo, a dança. Um corpo que ocupa pela primeira vez o espaço de um banheiro desconhecido, um dos lugares mais genéricos funcionais da casa, é instigado a decifrar as movimentações cotidianas já pré-estabelecidas e produzidas pelo corpo que lá habita. A partir da observação e interação com o espaço, o banheiro pode ser mapeado, conhecido, e gerar narrativas e desenhos que refletem outras percepções. Como exercício de adquirir consciência corporal e espacial, o corpo se insere nessa rotina de movimentações e se provoca. O espaço do banheiro se torna então palco de investigação e experimentações da relação desses objetos com o corpo que explora.

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Publicado

18-03-2022