Urbanização Artificial
Resumo
Os registros imagéticos aqui apresentados procuram investigar relações dos usuários, bem como dos usos das plataformas e das ferramentas de geoprocessamento da cidade, para a construção de suas paisagens, mesmo que artificiais. Procura-se aqui espelhar uma realidade e tensionar aquilo que é representado enquanto cidade ou paisagem pelo Google Earth. Todas as fotografias foram feitas pela autora e são registros das intervenções realizadas pelos próprios usuários desta interface. São casas, prédios, arborização, ruas e calçadas, pontes, edifícios em construção, manutenção de infraestruturas urbanas, cidades por completo, que são inseridos em contextos urbanos-artificiais que o Earth não deseja construir. Mais do que um mero levantamento de prédios gelatinosos, daqueles que observamos ao acessar a cidade de São Paulo e outras regiões centrais, as fotografias apresentadas são registros das periferias, de cidades interioranas, e/ou de regiões com pouco interesse para o mercado. Nesses locais cabe aos moradores inserir suas próprias casas e aos empreiteiros atestar suas paisagens. Afinal, no mundo contemporâneo, estar na internet é também certificar uma certa existência.
Referências
ACERVO MARTIN PARR. Disponível em: https://www.martinparr.com/. Acesso em: 20 ago. 2021.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política, v.1. São Paulo: Brasiliense, 2012.
VIEIRA, Tuca. Atlas Fotográfico. Disponível em: https://www.tucavieira.com.br/atlasfotografico. Acesso em: 23 set. 2021.
WHAMPOLE, Christy. A ensaificação de tudo. Revista Serrote [online]. Tradução de Paulo Roberto Pires. Disponível em: https://www.revistaserrote.com.br/2013/06/a-ensaificacao-de-tudo-por-christy-wampole/. Acesso em: 25 nov. 2021.